Reforma Protestante
Os 501 anos da Reforma Protestante e a Obra Missionária
Neste quingentésimo ano do grande marco histórico da Reforma Protestante, queremos fazer apenas um retrospecto de suas contribuições para a obra missionária.
A Reforma, em seus primórdios, não teve como objetivo principal a obra missionária, pois seus ideais diziam respeito a uma reforma teológica da igreja e realinhamento da mesma aos moldes das Sagradas Escrituras. Os primeiros 300 anos pós- Reforma foram momentos de reformular a teologia, limpando-a do ranço de uma religião deturpada pelas interpretações equivocadas em relação aos ensinamentos bíblicos.
Apesar de alguns lampejos missionários entre 1500 a 1800, como por exemplo, os huguenotes/calvinistas no Rio de Janeiro, no Século XVI, holandeses no nordeste do Brasil, no século XVII, Pietistas entre os esquimós, no século XVII e Moravianos em alguns países, no século XVIII, não houve nenhuma ação missionária significativa em comparação aos vastos desafios da evangelização mundial. No entanto, podemos considerar que este foi um período de preparação para o grande movimento missionário do século XIX.
No final do século XVIII, a igreja protestante mundial ainda era inexpressiva, reduto em alguns países da Europa e América do Norte, a ponto de Stephen Neill, um autor inglês, em 1800, dizer que “não havia qualquer certeza de que o cristianismo tenha êxito em transformar-se numa religião universal” (TUCKER, Ruth A. “...Até os confins da terra” 1986, p. 115). Entretanto, a partir de 1792, com a criação da primeira Sociedade Missionária pelo Pai das Missões Modernas, William Carey, esse cenário mudou totalmente. A partir daquele momento, no período denominado de “O Grande Século”, a maioria dos países do mundo recebeu missionários oriundos da Inglaterra, Escócia e Estados Unidos, etc. Foi no século XIX, o século das Missões Protestantes, que chegaram os primeiros missionários à América Latina, inclusive ao Brasil para a plantação da igreja.
Atualmente, a Igreja Protestante, em suas mais variadas vertentes ou denominações, é imensa e está em quase todos os países. São milhões de pessoas em todo planeta que professam Jesus como Salvador. Houve um avanço enorme nestes últimos 200 anos de proclamação das boas novas do Reino de Deus no mundo. Todo esse movimento foi resultado da Reforma de 1517, na Alemanha, com Martinho Lutero e disseminada nos demais países da Europa. A igreja demorou entender o seu papel missionário, ocupando-se por muito tempo com tantas outras coisas secundárias. A realidade é que em algumas partes do mundo a igreja do Senhor Jesus ainda é sem expressão, pequena e sem voz, precisando de oração, missionários e investimento financeiro para alavancar seu crescimento e chegar aos confins da terra.
Pr. Florencio M. de Ataídes